Monday, July 30, 2007

Hvad Hedder Du?

Agora que a nossa busca quixotesca por medalhas, assim como fazia o Mutley, acabou, o acidente da TAM ficou (que surpresa!) inexplicado e o cadáver do ACM já está fedendo, levanto a mão e peço a palavra.

Quinta feira devo ir embora, então. E os posts aqui ficarão escassos.

Vou sentir falta demais de todo mundo, vou até chorar. Mas daqui um ano volto com AQUELE sotaque nórdico para o prazer geral da nação. E não vou parar de ouvir música. Quiçá saiam umas resenhas durante o exílio, não é?

No mais, espero que esse blog tenha divertido vocês nesse ano e meio mais "agitado", apesar dos erros factuais, gramáticos e algumas explosões de humor mal desenvolvidas.

É isso aí, beijo do gordo (hoje fui dispensado do exército por pesar mais do que eles aguentam HOHOH).

Thursday, July 19, 2007

Mundo Perverso

Em 1969, quando Tony, Geezer, Bill e Ozzy escreveram Wicked World, muito provavelmente não pensavam em aviões enfiados em prédios. Sua visão se limitava às agruras da guerra. Que a guerra é horrível, nós todos sabemos. Mas não sei se é por só estar vivenciando tudo agora ou se é por de fato as coisas estarem piores, para mim há algo sugerindo que o mundo perverso começou há pouco tempo. Pode ser equívoco meu, mas parece que antes as pessoas morriam e pronto. As tragédias aconteciam por pura falta de destreza, de tecnologia, o mundo era mais inocente.

Hoje, as coisas parecem, justamente, e a palavra é essa, perversas. Não é só morrer. Estar num avião pilotado por um xiita louco significa deixar como legado da sua morte uma guerra no oriente e um pavor generalizado entre os seres humanos. Antes, pessoas eram mandadas pra guerra por causa da soberba dos reis, e presidentes e militares. Como é que eu vou dizer isso? Não é que suas mortes tinham menos significado, mas quando você vai pra guerra tem mais chances de morrer. Quer dizer, NÃO morrer é a exceção que comprova a regra. Agora, tudo é parte de um quebra cabeças funesto. Não é que você perece por fazer parte de uma inocente conspiração Rússia x EUA, ou porque um maníaco resolveu atirar na sua cabeça. Você morre engolido por um buraco que aparece por baixo do asfalto, quando o engenheiro que projetou a obra tinha sido contratado pelo estado, com toda a tecnologia e know-how ao seu dispor. Sinal dos tempos, as mortes ficam ainda mais tolas e quem está vivo fica, assim como eu, achando que a Guerra Fria, que aterrorizou tanta gente por 40 anos, é brincadeira de criança.

Essa tragédia com o avião E prédio da TAM (que macabro!) pegou no fundo do meu estômago. Foi o que abriu meus olhos pra essa brutalidade do mundo. No momento que o acidente aconteceu, eu estava no carro, com a minha mãe, indo para São Paulo. Minutos depois, alheios, recebemos uma ligação da minha avó, contando o que aconteceu e falando para evitarmos os arredores do aeroporto. Depois, meu pai. Ele já adiantou, antes que precisássemos ver na TV, aquele lance das ranhuras na pista. Esqueceram de colocar as ranhuras aderentes, para dias chuvosos, na pista auxiliar do Aeroporto de Congonhas, reformada única e exclusivamente para desafogar a pista principal e aquietar, na medida do possível, o caos dos controladores de vôo que vem incomodando o país há alguns meses. Quer dizer, pros políticos, pra Infraero, o importante era jogar o pepino pra algum outro otário. Quiseram solucionar o problema do céu (e bem mal solucionado) sem pensar que na aterrissagem, talvez, alguns 186 filhos-da-puta azarados pudessem morrer. Deus abençoe esses políticos! Pode ser que a causa do acidente nem tenha sido ESSA negligência e pode até ser que tenha sido uma cagada do piloto ou um problema mecânico, mas só o levantamento da questão, a menor possibilidade disso ter acontecido, já corrobora a hipótese. Percebe a ironia? Por causa de um caos aéreo que começou depois das investigações acerca de um acidente horrível, outro acontece, e ainda mais trágico, no meio de uma cidade gigante, acertando um prédio e matando mais umas pessoas que nem sonhavam em pegar um avião. Pra piorar, aconteceu no solo, onde deveria ser seguro. Recentemente, eu andei de avião. Por mais confiante e ciente das estatísticas aéreas (é mais fácil você ficar tetraplégico num acidente de carro do que morrer voando pelo céu) que você possa ser, sempre sente algum alívio quando as rodas tocam o chão. “Agora não tem mais como dar zica”. Então, quão cruel é ser arremessado contra um bloco de concreto segundos depois de sentir esse alívio, esse aconchego quase maternal? Quão cruel é ser acertado por um avião desgovernado quando se pensa estar seguro, em terra, protegido por paredes grossas de concreto?

Muitas coisas mudaram desde que Wicked World foi escrita. Mas talvez a principal seja que os políticos não escolhem mais quem vai “sair e morrer” (A politician’s job they say is very high, ‘cos he has to say who’s gonna go out and die), só preparam as armadilhas.

Friday, July 13, 2007

13 de Julho

Dia mundial do rock. É macaquice demais pensar que isso significa alguma coisa e eu até pensei em fingir que não vi, mas é aquele negócio: se você ignora alguma coisa deliberadamente, já deixou de ignorá-la há muito tempo. E eu realmente não consigo esquecer que tem gente comemorando isso. Ou pelo menos notando.

O dia do rock geralmente serve pra denegrir ainda mais a imagem dele. Estereótipos, piadinhas, frases prontas... O tipo de coisa que constrange qualquer um que tenha um mínimo de bom senso. Acaba sendo mais o dia dos metaleiros virgens do que qualquer outra coisa. Esses sim se deleitam com o dia do rock. Aproveitam pra mandar aquelas frases geniais tipo “o mundo só será legal quando o último pagodeiro morrer enforcado pelas cordas de uma guitarra”. Dores de estômago aqui.

Acho que o principal problema do rock and roll e seus subgêneros é serem vistos como “rock”, e não como música. Isso dá margem pra muito imbecil “roqueiro”, sei lá, achar que está num nível acima dos outros. E também dá margem pra cronistas-babacas e reaças em geral acharem que, na verdade, o estilo está abaixo dos outros. “Isso não é música, é barulheira”.

Segundo o dicionário do tio do Chico Buarque, música é “arte e ciência de combinar sons de modo agradável ao ouvido”. E, sendo “agradar” um verbo subjetivo, qual a grande diferença entre Maria Bethânia e Cannibal Corpse? Algum desses não é um combinado de sons?

Equivaler o rock ao restante da música não só seria algo honesto como também nos pouparia de bandas cover “celebrando” o dia do rock ("SUPER PROMOÇÃO GALERA!!! RICARDO SEIXAS E NORMAN PRESLEY PRESTANDO HOMENAGEM AOS REIS DO ROCK NESSE DIA 13 DE JULHO! MULHER FREE ATÉ MEIA NOITE!") e de headbangers achando que ouvir Rhapsody vai realmente trazer algum malefício para os “pagodeiros”.

Sunday, July 08, 2007

Post-típico-de-blog

Nos últimos quase 20 dias não postei nada. Por uma profunda falta de inspiração e também por desmotivação. Não só pelo baixíssimo número de comentários, mas também por estar direcionando toda a minha motivação para as tarefas pré intercâmbio. É complicado.

Mas ganhei um Mp4 e as músicas fluem direto pra sua cabeça e reverberam no seu cérebro. Assim é mais fácil memorizar um disco e até estabelecer uma conexão mais forte com ele. Como só arranjei o bicho ontem, até agora só escutei 4 coisas diferentes. O Shadows Collide With People, do Fruscia fica ainda mais genial com os fones enfiados nos ouvidos. Carvel ainda é a minha preferida, mas Omission sintetiza melhor do disco. Começa de um jeito, muda completamente no refrão, vai, vem, e há aquele monte de detalhes como zumbidos e coisas assim... É fácil e é complexa.

Aí, escutei também o Beggars Banquet e o novo do QotSA. Dá pra ouvir cada respiração dos Stones e no caso do Era Vulgaris, os riffs urgentes ficam ainda mais robustos. Gostei desse negócio de Mp4.

Além dessas, tenho escutado muito Kashmir. É dinamarquesa e deve ter até alguma fama porque até o Bowie e o Lou Reed aparecem num disco dos caras. A verdade é que eu to começando a projetar a banda alto no meu gosto. É mais simplista que a conterrânea Mew, lembra um pouco Travis, Unified Theory, coisas assim. Escute o Zitilities.

 
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