Sunday, August 17, 2008

Carência Coletiva

Será que significa que o blog voltou?

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O grande problema da nossa geração é que todos nós nos achamos importantes demais e que nossos problemas são problema dos outros. A internet, toda essa rede de informações e relacionamento e sensação de conectividade non-stop fizeram-nos pensar que nós temos que ser amados e queridos o tempo todo. Nossos pais têm problemas que tomam mais o seu tempo do que nós, nossos amigos e irmãos estão também enfurnados nas suas cabeças sedentas por afeto.

Essa demanda, essa necessidade de ser querido, faz com que nos tornemos bravateiros e, ao invés de nos ajudarmos mutuamente, ficamos por aí gritando os nossos sucessos para quem quiser ouvir. Eu sou assim, você é assim.

Há alguma solução? Eu não sei, e provavelmente não. Todos nós seremos puxados pro limbo e lá continuaremos a aumentar nossa carência. Lá, nós criaremos bonequinhos virtuais pra dar abraços (virtuais, naturalmente) nos outros, e vamos contar pra todo mundo quem nós gostaríamos de pegar. Fazendo a mea culpa, afinal, eu também sou um neo idiota, nós vamos abrir blogs com nossos textos irrelevantes, nossas conversas de MSN pouco engraçadas e nos cadastraremos no last.fm, achando que os outros querem saber o que nós ouvimos.

Podem me chamar de amargo, podem me jogar um milhão de coisas na cara, mas o meu diagnóstico vai ser esse para sempre. Mesmo quando eu for um notório-alguma-coisa, cheio de gente me lambendo as bolas via Buddy Poke, eu vou continuar pensando esse tipo de coisa e lamentando por todos nós.

Porque eu sou um moleque amargurado, mas sei do que estou falando.

 
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