Tuesday, December 16, 2008

Top 10 2008 - Os Shows

Os melhores shows que eu fui neste ano. =)
Menções honrosas para Kashmir, que por um mês não fez parte de 2008, The Streets, que eu desperdicei por estar meio alterado, e Yeasayer, que só presenciei três músicas, por ter preferido ver Streets (que não curti por estar benloco). Irônico, né?


10. Slayer – Roskilde Festival, 06/07
Das bandas brutais que existem na Terra, Slayer é a mais classuda de todas. Sim, Kerry King é um idiota, mas quando ele e Jeff Hanneman pegam suas guitarras pra tocar, nada pode ser mais pesado e catártico. Tom Araya é outro monstro e, a roda de pancadaria que se forma na platéia, apesar de uma das coisas mais burras que podem existir, é extrema, assim como o show. Assisti colado na segunda grade do Orange Stage, onde tudo ficava mais calmo e a visão era perfeita. Grande, grande show.

9. Black Mountain – SP Noise Festival, 21/11
Puta show. Clima aconchegante, mas pesado, tudo perfeito. Porém, muito curto. Tivesse uma hora a mais, teria sido o número um, sem nenhuma dúvida.

8. Curumin – Galeria Olido, 29/10
Último show da série que Curumin fez na Galeria Olido. Foi pau a pau com o que ele faria uma semana depois, no Planeta Terra, mas escolhi este pelo fator intimidade. Na verdade, Curumin estava ali tocando para amigos (era incrível o número de gente presente que conhecia o músico pessoalmente), no centro de São Paulo, um dos lugares mais incríveis do país, de costas para a janela, onde os transeuntes iam passando. Além disso, contou com discotecagem entre as músicas e participações de MCida e Kamau. Curumin em seu melhor momento, tocando para e com amigos. Merece o oitavo lugar.

7. Gogol Bordello – Tim Festival, 24/10
Teve tudo o que uma boa apresentação necessita (performance, som bom, repertório, energia e etc.) e duas minas muito bem apessoadas de shortinho tocando bumbo e dançando. Não carece de mais, né?

6. The Campbell Brothers – Roskilde Festival, 06/07
Banda com uma guitarra lap steel, uma guitarra pedal steel, guitarra, baixo, bateria e uma “vocalista-soul” tipo Lisa Kekaula (The Bellrays). Cantando música gospel. E sem soar cansativo. Campbell Brothers junta tudo o que acontecia no sul dos Estados Unidos nos anos 30 numa performance sensacional, de fazer inveja a qualquer banda de hard/blues rock dos anos 70. É pra ficar até meio religioso.

5. Radiohead – Roskilde Festival, 03/07
Sessenta mil pessoas olhavam atônitas para Thom Yorke, Phil Selway, Ed O’ Brien, Jonny e Colin Greenwood. Uma das bandas mais geniais da nossa geração estava insana no maior palco de um dos maiores festivais europeus, com o sol se pondo ao fundo. Sem contar a música, já garantiria um lugar nesta lista. Mas a música conta, sim, e o que tivemos ali foi um dos melhores setlists que alguém poderia esperar. O final, com Thom Yorke sozinho no violão, ladeado por seus companheiros de banda, ouvindo a platéia cantar o refrão de Karma Police a plenos pulmões, foi um dos momentos mais bonitos que eu já presenciei.

4. Dan Deacon – Tim Festival, 24/10
Pelo aspecto punk de seu show (que acontece no chão, junto com a platéia, sem nenhuma barreira), Dan Deacon poderia apenas apertar play e se acomodar. Já seria motivo de notícia, já seria alvo de hype. Mas o que ocorreu no dia 24 de outubro foi das coisas mais incríveis. Dan Deacon revertia o som de gameboy de seu disco mais recente em uma balada de música eletrônica pesada e pulsante, comandando a platéia, fazendo todos obedecerem-no, mexendo o corpo, fazendo quadrilha e roda de dança. Intenso pra caralho.

3. Queens of the Stone Age – KB Hallen, 24/02
Nada mais precisa ser dito.

2. Solomon Burke – Roskilde Festival, 05/07
Imagine a cena: Solomon Burke canta várias de suas músicas e um sem-número de sucessos do soul e do blues, homenageia grandes nomes da música negra, principalmente seu parceiro Otis Redding, com uma versão de emocionar de Dock of the Bay e, após tudo isso, não quer terminar seu concerto. Simplesmente. As cortinas se fecham e Big Sol pede para alguém da sua banda abrir, para continuar saudando o público. As cortinas se fecham novamente e ele não se levanta de seu trono dourado com veludo vermelho (sim, tinha isso, pra ficar perfeito) e ordena que a banda continue tocando. O público delira, não pára de aplaudir nem quando a organização do festival corta o som e entra o apresentador do palco (Arena) para anunciar a pausa até a próxima atração. Cinco minutos ininterruptos de palmas. Uau.

1. Gnarls Barkley – Roskilde Festival, 04/07
Pode parecer forçado que o primeiro lugar nos álbuns tenha também o melhor show, mas o que eu vi no dia da independência americana foi uma banda em sua melhor forma. Sim, uma banda. Gnarls Barkley ao vivo transcende o duo Cee-Lo Green e Danger Mouse Burton. Todos disciplinados, unidos, uniformizados e, ainda assim, cada um com sua própria postura. Meus favoritos são o grande guitarrista (que enfia solos nas músicas mais improváveis) e a baixista gordinha que é cool como gelo. Danger Mouse é mais descolado ainda e não tira os óculos, não troca palavras, apenas senta e toca seu teclado ou seu xilofone. Mas não de uma forma arrogante ou antipática, apenas cool.
Seja como for, nada disso seria tão legal se Cee-Lo não estivesse ali entretendo a platéia, cantando a plenos pulmões, comentando o clima e elogiando o cheiro de maconha que emanava no ar (não pra mim, não senti nada). Cee-Lo mostra que gosta do palco, das pessoas, sorri, senta na beira do palco, interage, esquecendo todos os seus problemas de auto-estima.
Ainda diz no final, durante o bis: “vocês sabem que nós somos fãs de música e como fãs de música gostamos de tocar coisas dos outros”. A bateria é inconfundível, a guitarra também. Gnarls Barkley está tocando uma versão de Reckoner ainda melhor do que a que o Radiohead havia apresentado no dia anterior, precedida por Who’s Gonna Save My Soul e seguida por Smiley Faces. Não menos que sensacional, a banda do ano.

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