O show do Coldplay no Rock in Rio confirmou: Chris Martin é o maior líder de banda da atualidade porque carrega dentro de si uma coragem que só é inerente aos exemplares mais mal colocados na cadeia alimentar social. Já desconfiava disso, de sua grandeza, quando vi este vídeo abaixo (por favor, assista pelo menos um ou dois minutos a partir dos 2:50 para prosseguir com o texto).
A coragem de Martin é daquela que custa a vir, que nas primeiras vezes o sujeito precisa respirar fundo umas dez vezes e procrastinar bastante antes de dar o primeiro passo. E ele só toma atitude tão intrépida porque é a única coisa que resta.
A coragem de Martin é tão sincera que contagia qualquer um que esteja assistindo seu feito. Os movimentos dessa gente, que começam tão desengonçados, acabam se tornando sublimes, acabam virando A Maior Coisa do Mundo porque, mais uma vez, era a única que restava.
A coragem de Martin, portanto, é uma questão de vida ou morte. Uma escolha nem sempre tão fácil entre correr o risco de parecer inadequado ou nunca correr esse risco e permanecer eternamente à margem. E olha que isso não seria tarefa difícil para um cara honestamente parecido com o Napoleon Dynamite e virgem até os 22 anos. Seu potencial para ser esmagado pela chacota e pelo ostracismo era o mesmo de um pote de iogurte numa luta contra o Godzilla.
A coragem de Martin, portanto, é uma questão de vida ou morte. Uma escolha nem sempre tão fácil entre correr o risco de parecer inadequado ou nunca correr esse risco e permanecer eternamente à margem. E olha que isso não seria tarefa difícil para um cara honestamente parecido com o Napoleon Dynamite e virgem até os 22 anos. Seu potencial para ser esmagado pela chacota e pelo ostracismo era o mesmo de um pote de iogurte numa luta contra o Godzilla.
Ainda assim, não posso dizer que morro de amores pelo Coldplay. O que me fascina vai além da sua música. O foco aqui é mesmo em Chris Martin, que sua, erra a letra, esquece de cantar e agarra o público com as duas mãos para depois o manipular com apenas uma. E, naturalmente, sorri.
Sua catarse acontece em si mesmo, e parece ser bem divertido. Melhor: antes de se render ao bom mocismo voluntarioso de Bono Vox - que deve ter feito sentido nos anos 80 -, ele ri quase ironicamente, se distanciando de leve do monte de braços frenéticos que acenam em sua direção.
Sua catarse acontece em si mesmo, e parece ser bem divertido. Melhor: antes de se render ao bom mocismo voluntarioso de Bono Vox - que deve ter feito sentido nos anos 80 -, ele ri quase ironicamente, se distanciando de leve do monte de braços frenéticos que acenam em sua direção.
Chris Martin chegou, de fato, a um plano muito superior no que se refere a um artista de música pop/rock. Antes de tudo isso acontecer, ainda, ele precisou suar e gaguejar muito. (Resumindo: é um cara admirável porque é um nerd corajoso o suficiente para conduzir as coisas da forma que conduz).
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