Friday, December 15, 2006

O dia em que descobri que sou alérgico a trabalho

Para explicar o título do artigo (não sei, isso é um artigo?), preciso contar a história inteira, o épico, a epopéia, a odisséia, que começou no último dia 20 de novembro.

Como todo mundo que me conhece (e até uns que não me conhecem, com uma ou outra capacidade mediúnica) sabe, eu sempre fui um “filhinho de papai burguês fidumaégua” que nunca trabalhou. Mas até que um dia, eu me vi na seguinte situação: estar livre por uns sete meses. E por livre, entenda “na vagabundagem”. Minha mãe, que conhece o filho que tem, decidiu que era imperativo que eu arranjasse um trabalho e me tornasse alguém na vida. Por uns sete meses, né?

Bem, esse mundo está cheio de nepotismo por aí, e como não poderia deixar de ser, arrumei emprego na transportadora do meu tio. Durei quatro dias. Beleza, né? Mas o curioso é que justo no quarto dia, depois de passar três dias carregando caixa de papelão, eu fiquei com uma febre fodida e infecção de garganta. Não foi o motivo pra eu ter largado o honroso emprego de peão, mas foi uma febre bem lazarenta, pode crer.

Mas então, estava eu em Indaiatuba de volta, bodeando, sendo um pária da sociedade, quando meu tio me convida pra ir à filial de Sampa da TV Globo entregar cestas de natal. Freelance de peão. Hell yeah. Além do mais, era a minha chance de ver os atores, atrizes, jornalistas e todo esse monte de gente importante. Aceitei na hora. Quer dizer, atire a primeira pedra quem não acha no mínimo interessante ver umas pessoas famosas. Eu vou ser famoso, eu tenho que aprender como me portar com eles (ou como não me portar).

A Globo é interessante. Tudo lá funciona e parece limpo. Yeah, a podridão da Globo é uma coisa mais abstrata do que concreta, se é que você me entende.

E o legal foi ver umas pessoas tipo a Rosi Campos. Ela marcou minha infância. Se eu voltasse no tempo e dissesse pro pequenino Pedrinho, no esplendor de seus cinco anos, que com dezessete ele veria a Morgana de perto, acho que ele chutava o meu saco (o saco dele mesmo no futuro. Isso deve causar uma confusão, né?) e me chamava de mentiroso. Troquei uma idéia com o Bira. Yeah, eu disse que seria legal. Ele falou que eu parecia jogador de futebol da Alemanha, mas que pensando bem, alemão não é tudo loiro e que eu parecia mesmo era dinamarquês, aí eu contei que eu ia morar na Dinamarca no ano que vem e blá blá blá. Aí ele começou a falar de Recife, que pernambucano não gosta de ninguém e etc, e eu parei de prestar atenção. No fim, eu disse que ia ser rockstar e ia tocar no Jô. Ele perguntou o que eu tocava, eu disse que era guitarra e ele me disse pra conversar com o Tomate. Pena que eu não sei como é a cara do Tomate. Será que eu joguei meu futuro no lixo? Vi o Márcio Canuto fazer umas piadas (ele fala daquele jeito rouco mesmo) e entreguei cesta pra Eva “vilã oficial da senilidade” Wilma. Haha, just kidding, eu gosto da Eva Wilma. Vi mais gente, mas foda-se. Não quero parecer tão groupie.

O chato era mesmo entregar as cestas, e abrir as caixas e carregá-las, foi bem cansativo. Era um trabalho de dois dias. Tudo OK no primeiro. O engraçado é que no segundo eu acordei já com febre. De novo! É daí que eu cheguei à conclusão de que eu tenho essa alergia a trabalho.

Ah, a febre ainda me rendeu a história mais legal da Globo. Todo mundo que viu o jogo do Internacional de Porto Alegre na quarta-feira percebeu como o Galvão Bueno estava todo feliz com o jogo e como ele quase teve um orgasmo quando o Inter ganhou. Okay, foda-se, Galvão. Eu assisti esse jogo e não estava torcendo pros colorados. O lance é que ele não estava no Japão pra narrar o jogo, ele estava nos estúdios de São Paulo pra transmitir.

Foi logo depois do jogo, quando eu estava bem mal e fui até o ambulatório que eu cruzei com ele. Aaaah, eu tinha que zoar o Galvão. E eu até fui bem piedoso (eu estava no meu lugar de trabalho, sou um peão de respeito) e só gritei “Cuidado com o Baaaaaaaaaarça, Galvão”. Ele não subiu nas tamancas como eu esperava, mas virou a cara emputecido e saiu pisando duro. Cool.

Mas quem viu o jogo do Barça sabe que eu to certo, né?

Hum, alguém aí tem um emprego pra mim?


Ouvindo: American Woman – The Guess Who

1 comment:

Anonymous said...

notas:
-tomate toca pra caralho...o que significa que sim! talvez vc tenha jogado seu futuro no lixo
-rosi campos é fodona
-eva wilma é fodona
-galvão é chato pra caralho
-vai ser preguiçoso assim na casa do capeta
-eu odeio a globo
-mas nao posso evitar de sentir inveja
-espero que você morra...

 
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